Alexandria - Se Tu Queres Sarar a Solidão...

Do Elogio da Morte ao Requiem do Abandono, Alexandria é a Biblioteca das Ruínas de cada Eu fragmentado, da insustentável esquizofrenia do Mundo...

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Sunday, August 05, 2007

Armistícios...


NOTA: ARMISTÍCIO A, 11 de Novembro, assinala-se o aniversário da assinatura do Armistício que pôs fim à I Guerra Mundial. Estranhamente, Portugal, que esteve lá, não o celebra. Na Bélgica, por exemplo, cuja participação directa não foi tão efectiva quanto a nossa (na verdade, os belgas cumpriram serviço militar sob as cores da França) é feriado. E cá...? Ninguém, quase, sabe já o que é o Armistício. E, na verdade, esta data, esta memória, a que serve? É uma lição a tirar, é certo; é um símbolo, um importante símbolo. E, pelo que representa, é um símbolo a não esquecer ainda que a memória do homem seja fraca face à cupidez e à mesquinhez que lhe são próprias. Mas além disso? Uma simples data que marca uma pausa; mas a pausa que marca não é no nosso egoísmo. Eis, sobre isto, uma consideração um pouco mais extensa, há um par de anos, encontrava-me eu, precisamente, em Bruxelas e, estava de folga! Por causa do Armistício...

Fim de uma Guerra? Quase. Fim de Uma Batalha. O Homem ainda vive: A Guerra não acabou...

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Hoje o dia foi breve e foi triste. Um feriado célebre, o fim de uma guerra... Mas que celebração elimina as Guerras de um Homem? E que importa festejar uma qualquer paz num dia entre 365? Que importância real pode adquirir uma data num calendário, que não representa nada para quem a festeja? É feriado. Porquê?... Que me interessa? Estou de folga. Não trabalho hoje. Isso sim, tem valor. Por aí ganha importância o feriado e faz sentido marcá-lo no calendário. Para além disso? Celebrações? Não tenho tempo. O estado das coisas é de crise, para não falar naquele de mim próprio. A paz? Neste mundo criado não há paz possível. A geração de tudo é o conflito. O sentido dos Homens está no Caos e é o Caos, também, que o constitui. Batalhar é preciso. Guerrear é forçado. Matar qualquer coisa, nem que seja moscas, por dever ou tédio, convicção ou neura, é essêncial. O Mal de algo geral não desmente um Bem do indivíduo. Tudo é relativo na sua especificidade. Tudo é inútil para além das medidas do corpo. Tudo é indiferente para além de um proveito prático. Esse é, aliás, o único sentido para qualquer particular ou universal. Armistícios? Pode ser, que me importa?! Desde que mos marquem no calendário para que eu possa gozar a minha folga!
Mas foi tão breve o dia, e foi tão triste…

(Bruxelas, 11/11/03)

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