
Alice, como Gulliver, é um pretexto para ilustrar as sociedades modernas. Ela revela em simultâneo a brutalidade física e psicológica das personagens que ensombram o seu mundo que nada tem de fantástico, onde a crueldade, a violência e o egoísmo atroz do nosso quotidiano se atenuam, simplificam, humorizam e tornam suportáveis através do sonho aparentemente naïf de uma criança. O que há porém de naïf nas avaliações que os mais novos fazem do mundo? A hipocrisia das pessoas crescidas teima, afinal, em desvalorizar aquilo que a maturidade fez esquecer e que elas, tão adultas, não querem, não podem, não conseguem ver. Pois como pode, diante da verdade, ter efeito uma máscara?
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