Alexandria - Se Tu Queres Sarar a Solidão...

Do Elogio da Morte ao Requiem do Abandono, Alexandria é a Biblioteca das Ruínas de cada Eu fragmentado, da insustentável esquizofrenia do Mundo...

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Imagine Alexander, before conquering half the world: A man full of dreams and handful of sand. Well, that's me...

Tuesday, July 10, 2007

Is It You, Dear Me...?

«Cortam-nos as gargantas com as lâminas do desprezo.» - Frase retirada de um romance pobre. «Sentir secar-me a vida como um lírio que se esqueceu no deserto…» - Verso branco de um poeta menor.
Inúteis analogias! Sofremos. Ponto final. Não comparemos. Que aborrecimento impossível nesses comos, nas metáforas com as suas substituições, nas metonímias com as suas insuportáveis associações de ideias!
Se há tédio, se há neura, se há dor, se há morte a aproximar-se, se há cansaço, se há irritação, se há solidão, se há sono, se se pensa sem haver que pensar, que seja apenas tédio e neura e dor e morte a aproximar-se e vida em fase de espera (por favor uma cadeira para que eu me possa sentar), que seja apenas cansaço e irritação e solidão e sono (que se durma), e um pensamento vago e prescindível (que não se pense então), que o que é seja simplesmente o que é como sempre foi sem se pensar nisso ou no que poderá ainda vir a ser, para que não se volte a falar nisso, e a vida não se repita, que acima de tudo não se repita, que nada se repita, acima de tudo não repetir, essencialmente não repetir, porque é importante não repetir, e eu repito-me, decididamente repito-me, sim, repito-me, repito-me, repito-me, chego mesmo a existir a dobrar… Sim, a verdade é esta: tenho um duplo nas veias a brincar com os meus dias… Porém, se numa frase, a repetição pode ser eliminada, como eliminar a repetição na vida? (Lisboa, 23/12/99)

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